Um dos grandes problemas que envolvem as pessoas e suas relações atuais giram em torno do que muitos chamam de "opinião";
Muitos chamarem de opinião não significa que isso é uma opinião de fato.
Outro dos grandes problemas gira em torno do que chamam de "direito".
Novamente, chamar de "direito" e reivindicar um aspecto legal para tal elemento não o faz de fato um "direito".
Eu posso chamar você de sapo, coelho, sapoelho. Posso inventar o que eu quiser, mas mentir pra si mesmo é algo realmente triste. Isso não vai fazer de você um sapo, nem um coelho.
As pessoas, com o advento da sociedade pós moderna, da internet e das redes sociais, parecem compelidas a terem uma opinião, mesmo quando não possuem.
Se você está cercado por uma cultura que despeja opinião através de imagens e postagens contundentes o tempo todo, e não possui uma opinião formada, o que deveria fazer? Os mais espertos e apressados diriam: buscar informação; buscar embasamento teórico para entender do que se trata toda a discussão, ou o cenário em questão. Parece óbvio, mas a resposta parece ter se tornado outra:"Se não tenho uma opinião formada, eu escolho uma que mais me agrade e afirmo ela com muita convicção." Parece que é isso que anda acontecendo.
Outro problema, no tocante a opinião, é que esse termo começou a servir como manto, para cobrir preconceito e ódio dos mais variados tipos. Como, felizmente, tornou-se feio ser uma pessoa preconceituosa, as pessoas não podem se auto afirmar como preconceituosas, e escondem esse preconceito atrás de suas "opiniões". Atitudes como apoiar figuras machistas, fascistas, homofóbicas, passou a ser opinião. Jair Bolsonaro é um exemplo. O ídolo dos cabeça ocas. O chamado "Bolsomito". Sério? Bolsomito? Só pode ser um mito mesmo pra ser tão irracional.
Eu imagino que seria mais fácil lutar contra o preconceito se as pessoas parassem de frescura e afirmassem de uma vez: "sim, eu não gosto de preto, pobre, gay...". Mas o que temos é algo do tipo: "Não tenho nada contra negros, mas faço piadas racistas o tempo todo. É só uma brincadeira; nada contra os pobres, só não ajudo eles e tenho raiva de políticas públicas que ajudem, afinal, pobre tem que continuar pobre. Não da pra ajudar vagabundo; nada contra gays, contanto que não sejam gays perto de minha pessoa. Até conheço uns gays que nem parecem gays." Sério... Essas pessoas realmente acreditam que não possuem preconceitos?
Ligado a isso também noto um problema quando fala-se em direito. O negro, historicamente, lutou por direitos iguais, para ser tratado como gente normal, por não ser chicoteado, por liberdade, por frequentar os mesmos espaços, para se casar com quem quisesse, daí vem o escravista e diz (com as mãos para o alto, cheio de ódio): "eu tenho direito de ser contra a liberdade dos negros e contra eles.". Não amigo, tu não tem direito contra o direito de liberdade e felicidade dos outros. Isso é canalhice, direito é outra coisa.
O homossexual lutou e ainda luta por direitos iguais, para ser tratado como gente normal, para não ser agredido na rua, por liberdade, por frequentar os mesmos espaços, aí vem o homofóbico (com as mãos na cabeça, indignado) e diz: "é meu direito de não apoiar, de ser contra.". Não amigo, você é preconceituoso por demais. Não existe esse direito contra o direito de liberdade e felicidade dos outros.
Veja bem, estamos falando de ser humano. Qual é a dificuldade da nossa espécie em aceitar outros da própria espécie? O ser humano não é o supremo ser racional? Que racionalidade é essa? Cara, para de tentar reivindicar um direito de ser contra as pessoas. Essa tua suposta "opinião", bem como o tal do "direito" que tu acha que tem, oprime, exclui e mata. Todos os dias.
De fato, vivemos um momento muito delicado no que se refere à "opinião". Vejo que, na verdade, há uma banalização muito maliciosa do seu conceito. Tenta-se colocar como "opinião" a agressão, a violência, a manifestação de ódio, esquecendo-se de que a "opinião" de verdade agrega, contribui... "Opinião" não destrói, mas ajuda a construir, a evoluir... E "opinião", sim, é direito, justamente pelo bem que traz quando manifesta. Entretanto, discurso de exclusão, de raiva, que visa deturpar para derrubar, esse não é "opinião". É vergonha, é desrespeito, é lixo, é tudo de ruim, menos "opinião", pois esta, obrigatoriamente, deve ter caráter positivo.
ResponderExcluirValeu Marlon! Acho que concordamos tranquilamente. Achei legal que tu ressaltou: "Opinião é direito". Isso sim. Pelo aspecto positivo que a opinião de fato deve ter.
ResponderExcluir