Onde quer que tenha chegado ao poder, a burguesia
destruiu todas as relações feudais, patriarcais, idílicas. Estilhaçou, sem
piedade, os variegados laços feudais que subordinavam o homem a seus superiores
naturais, e não deixou subsistir entre os homens outro laço senão o interesse
nu e cru, senão o frio “dinheiro vivo”. Submergiu nas águas glaciais do cálculo
egoísta os frêmitos sagrados da piedade exaltada, do entusiasmo cavalheiresco,
do sentimentalismo pequeno-burguês. Reduziu a dignidade pessoal a simples valor
de troca e, em lugar das inumeráveis liberdades estatuídas e arduamente
conquistadas, erigiu a liberdade única
e implacável do comércio. Em resumo, substituiu a exploração disfarçada sob
ilusões religiosas e políticas pela exploração aberta, cínica, direta e brutal.
A burguesia despojou de sua aura todas as atividades até então consideradas com
respeito e temor religioso. Transformou o médico, o jurista, o padre, o poeta,
o homem de ciência, em assalariados remunerados. (MARX, ENGELS, 2010, p. 27/28)
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Que seja produtivo! Maldito! hahaha