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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Países Subdesenvolvidos: A questão demográfica.

Lendo sobre o processo que acarretou na criação de um chamado “Terceiro Mundo” acabei por me dar conta de um fator interessante que Eric Hobsbawn nos traz em “A Era dos Extremos”. Essa condição neocolonial dos países de terceiro mundo, mesmo após suas “independências”, apresenta problemas gravíssimos, que perduram desde os anos 60/70 do século passado, como a miséria extrema em alguns desses novos Estados, e ao mesmo tempo a gigantesca centralização de renda, tornando alguns chefes de Estado os homens mais ricos do planeta. Ou também a divisão territorial, que como diz Vizentini, “O Estado antecedia a existência de uma nação”, causando guerras civis “intermináveis” devido à questão de limites territoriais; carnificinas que perduraram até pouco tempo.
Pois bem, o foco não é discursar sobre os problemas existentes, até porque são um pouco óbvios, e nem mesmo acusar a ONU de algum tipo de negligência – ou algo pior, pois não faltariam parágrafos para tal – mas, lembrar alguns dados interessantes que explicam a grande pobreza desses países descolonizados. Além de não poder contar com o apoio das Nações Unidas – pelo menos não com o devido apoio na concepção do Direito a Autodeterminação – esse países também enfrentaram a questão da explosão demográfica, característica de países subdesenvolvidos e pobres. Essa explosão é uma das principais mudanças do século XX.
Hobsbawn nos da o seguinte dado: “Na África, onde havia um em 1939, agora (pós Segunda Guerra) eram cerca de cinquenta.”; O problema da explosão demográfica não se deu só na África. Apesar do número de habitantes diminuir na Segunda Guerra, “desde meados do século a população cresceu a uma taxa além de todo precedente”. Claro que esse crescimento se deu nas regiões das colônias, que começavam a se descolonizar. Acontece então um leve declínio populacional na Europa, porém uma grande explosão demográfica em países do continente africano, ou até mesmo no México (exemplo usado por Hobsbawn). Então a Europa possuía piores condições de vida? Expectativa de vida inferior aos países subdesenvolvidos? Como explicar essa situação?
Na época do “Boom” da medicina moderna que chegava até os países miseráveis (políticas norte americanas visavam aproximar-se de países com economia frágil e politicamente débeis.), houve uma queda brusca na taxa de mortalidade desses países. Levando isso em conta, sem esquecer-se da alta taxa de natalidade acontece a explosão demográfica. Os países europeus ainda passavam por uma reestruturação da questão qualitativa de vida, e considerando a baixa taxa de natalidade, podemos notar o contraste quantitativo entre a população dos dois continentes. Hobsbawn afirma sobre a população africana que “60% da população tem menos de quinze anos”.
Imaginamos agora, os problemas sociais existentes nesses países. Como também nos lembra Hobsbawn, devemos imaginar dividir um PIB entre uma população estável, e dividi-lo entre uma população que duplica. Então devemos levar em conta a questão demográfica nos países de “terceiro mundo”, agora, subdesenvolvidos, o que pode fazer uma grande diferença na autodeterminação de um Estado, ou seja, na sua capacidade de se autogovernar e por meio dessa, assegurar sua liberdade, soberania e a cidadania de seu povo. 

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