É tempo de protesto e reivindicação. Certo.
Mas você sabe o porquê disso tudo? Você ente o que está compartilhando e
curtindo via Facebook? Não? Se você quiser ter um pretexto razoável e válido,
que justifique e legitime seus compartilhamentos, sugiro que leia esse texto.
No final poderá discordar se quiser. Tudo bem.
Historicamente podemos notar que alguns
processos e fenômenos na caminhada da humanidade são cíclicos, isso mesmo, se
repetem. Crise econômica vai, crise econômica vem. Capitalismo se readapta às
demandas econômicas, sociedade se molda a esse capitalismo. Existem vários
exemplos. É só estudar um pouco e podemos identifica-los, e no meu ponto de
vista, está acontecendo algo que já
se repetiu. É diferente, é incerto, não existe muita definição, mas é algo, e esse algo não pode ser ignorado.
Como é sabido, diversos movimentos
aconteceram e continuam acontecendo em prol, seja dos direitos do homem, do
trabalhador, da mulher, dos negros, dos homossexuais... Muitos deles foram
abafados e esmagados, à base da guilhotina, da forca, da bala; à base da
negligência do próprio cidadão, da mídia ou do esquecimento da população. Me
pergunto muitas vezes como devia ser (em qualquer contexto), ver um vizinho
revolucionário morrer, por direitos para ele e para você, e simplesmente
continuar seu almoço, sabendo que você não fez nada. Me respondo o seguinte:
isso continua acontecendo, mais e mais. Se nos anos 80 o jovem ia às ruas pela
redemocratização do país, hoje ele nem participa da mobilização estudantil de sua
universidade, contra os aumentos da mensalidade. E o pior, ele ta rindo do
pessoal e tomando uma ceva.
Nesses dias, os protestos nas grandes
metrópoles estão tomando conta dos noticiários e da rede, e mesmo em cidades
pequenas, à nível regional, as mobilizações estão ocorrendo, o que é ótimo.
Muita gente está querendo participar, e há algo
no ar, me fazendo a acreditar que o povo está acordando de certa forma. Mas
o que se repete é o seguinte: a luta é desfocada, heterogênea. Cada um protesta
por pontos particulares, e as vezes até isolados. Esse tipo de manifestação
acaba enfraquecendo a unidade. Como aconteceu diversas vezes na história, a
divisão por interesses acaba por enfraquecer a bandeira pela qual o movimento
luta, e quem se beneficia são sempre os mais privilegiados, que já estão “por
cima”, e que provavelmente se beneficiaram das massas para atingir seus
objetivos.
Para isso não se repetir, devemos lutar
unidos por uma única bandeira: melhores condições de vida para o povo, e isso
envolve diversos fatores, como o transporte público, segurança, educação e
saúde. Sem manifestações partidárias, porque (putaquepariu) eu tenho certeza
que no meio de tudo isso, algum grupo político vai sair beneficiado. Alguém
sempre direciona as demandas do povo para um ponto, aproveitando-se do
resultado. Mas enfim, não há muito que fazer quanto isso, apenas não devemos
perder o foco. Devemos lutar é pelos direitos que já temos e pelos quais
queremos ter. Se ontem milhares perderam a vida
pelos direitos que você já tem, porque você não pode perder um pouco do seu tempo para juntar-se a um movimento de
cidadania e manter esses direitos? Você está sendo chamado para o compromisso
de cidadão, para participar dessa “coisa pública” que é a República em que
vivemos e não pelos míseros vinte centavos.
É por isso que eu compartilho alguns posts no Facebook, pois eu acredito que é uma forma de expressar a
insatisfação popular e o mal estar social, de minha parte claro. É por isso que
estarei sábado na mobilização em minha cidade, na Praça da República, e é por
isso que (se é que vale alguma coisa) eu escrevo essas coisas chatas, que
provavelmente poucos leram. Obrigado se você leu até aqui.
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Que seja produtivo! Maldito! hahaha